A vida continua.

Um dia, ainda quando criança,  sonhei que seria feliz até ficar velhinha e partir para minha nova existência.
Cresci acreditando que a vida tem pequenos momentos de grandeza e leves toques dessa tal felicidade que é tão complicada de alcançar.

Por que esticamos tanto nossas mãos quando na verdade ela está aqui do nosso lado?
Por que temos o prazer de dificultar nossa existência... Por quê?
Somos incapazes de observar o orvalho pela manhã fria...
Somos incapazes de observar a beleza de um pássaro alimentando seu filhote...

Mas somos capazes de observar o sapato e o colar da mulher que passa ao nosso lado, sem ao menos saber de onde veio e nem para onde vai...
Somos capazes de observar o mais azedo defeito do outro, mas não somos capazes de observar a nós mesmos...

Quero ser feliz!!! E depois de tanta sombra que a vida me impôs nos últimos dias, meses... recebi do céu um azul tão singelo, tão sereno e ainda penso se deixo entrar ou se deixo partir.
Se deixo entrar posso estragar tudo com minha fome de querer viver para mim e minhas meninas...
Se deixo partir posso estar jogando fora o que sempre busquei..

E ai estou eu, novamente sem saber o que fazer.
Na verdade queria que tudo estivesse como antes. Mas sem pressão, sem mágoas, sem lágrimas e sem desconfianças... acreditava na pureza e na verdade daquele amor.
Mas como a vida acabou de dar um empurrãozinho nesse inverno frio, vou levando como posso e consigo.

Então, que venham os sorrisos e os abraços apertados prometidos para me esquentar... mesmo que não tão de perto assim...

" Não posso escolher como me sinto, mas posso escolher o que fazer a respeito."

William Shakespeare

O amanhã...

O amanhã a Deus pertence...

Hoje acordei com a sensação de que a vida esta se encarregando de seguir sua estrada limpando as marcas do passado. Cansada de tanta mágoa e de tanta tristeza despeço-me do meu passado acreditando que o amanhã a Deus pertence.

O passado? Esse já virou a página quando, por vezes, mesmo depois de passado virou as costas, continuou sendo o mesmo... Mesmas desculpas e tão previsível... Sempre acreditou que eu observava tudo, mas nunca reparou que o próprio deixava pedacinhos de pão pelo caminho... pronto para ser descoberto. Ai, e como era lindo! Como eu amava... Como era impotante... como era tudo! Foi...

Agora posso sentir o cheiro de mato molhado anunciando que o dia mais belo da minha vida esta por vir. Que algo especial irá acontecer para que eu possa seguir minha estrada com leveza e amor... mas amor daqueles que sempre sonhei...

O Príncipe Encantado? Ah, esse ainda não apareceu, mas sei que um dia ao virar a esquina da vida irei encontrá-lo me esperando... sonhando comigo assim como sonho com ele desde a minha infância...

E poderemos viver com carinho, respeito, sinceridade, cumplicidade, trilhando o caminho da verdade. Esse dia irá chegar e, por ele, estarei aqui... esperando pronta, cheirosa e com um sorriso estampado no rosto só pra ele...


: )

Intensamente dura

E então, de repente, a vida me mostra um lado sombrio de mim mesma que resistia bravamente em enxergar... O lado onde é possível que eu perca o sentimentalismo de mim mesma, da vida, das pessoas que me cercam.

 A vida é assim. Desejo estar num quarto com grande escuridão para deixar desabrochar de mim o meu lado negro. Esto vendo a vida passar por mim como se fosse um furacão gritando: Deixa de ser frouxa! Sentimentalista! A vida é dura! Ainda não observou? Seja bem vinda a realidade nua e crua.

Tenho medo... medo de me transformar em pedra... algo que sempre abominei. Sempre tive muito medo.
Vivo numa constante briga comigo mesma.

Quero ser forte, intensa, verdadeira, mas nem sempre consigo. E quando estou sendo cem por cento, alguém me derruba, me tira o fôlego, me desacredita... alguém que esperava acreditar em mim, confiar em mim... meu mundo então desaba.

Mas estou me transformando em pedra... pelo menos uma parte de mim... meu coração está precisando de um curativo... Estou cruzando um enorme arame farpado que rasga minha alma... e que deixa cicatrizes que doem e que não poderão mais serem cobertas. Ficarão expostas... como medalhas de uma vida.

Estou com muito medo... medo de tornar-me intensamente dura!!

A pessoa errada...

Li um texto de Luis Fernando Verissímo que chamou-me a atenção pela simplicidade com que ele descrevia a pessoa perfeita na pessoa errada ... buscamos tanto, escolhemos tanto e quando alguém tira nosso fôlego acreditamos que encontramos a pessoa certa... será??? Será que existe uma pessoa certa para a gente????

Descobri que as pessoas certas na minha vidas são na verdade duas... duas intrusas que surgiram na minha vida sem pedir licença para entrar no meu mundo e mudar todo o meu rumo!!!! Colorir minha estrada e me fazer acreditar que vale a pena AMAR... mas amar com toda a sua intensidade e pretensão!

Amar despindo a alma, sem medidas, sem respostas e cobranças, sem arrependimentos... Amar por ter encontrado seu significado mais profundo e verdadeiro... Amar quem explicou o mundo para mim...
E as minhas tem nome e sobrenome... Maria Fernanda e Giulia

A tal da felicidade...

Hoje acordei com a imensa vontade de sorrir... pois há tempos não sinto esse prazer de dentro da alma. Depois de um dia de muito sol resolvi sentar-me a cama e fazer um blog... olhei a minha volta...dei mil voltas... e pensei: o que escrever? Desde que me entendo por gente sempre gostei de traçar linhas a descrever minhas aventuras, meus desencontros, meus amores, minha solidão velada, ah... sempre gostei foi de escrever fosse lá o que fosse!!

Vivo em busca de uma coisinha tão singela e de tão fácil acesso... a tal da felicidade!!! Um sentimento intangível, mas que vivemos a sonhar e a correr atrás da sua simplicidade(rs) e a tentar encontrá-la num outro alguém... como se fosse possível. Vivemos nos arranhando, nos encontrando, nos perdendo, desejando encontrar.. talvez em sonhos, quem sabe... a alegria de viver. Certa vez ouvi de um amigo que nossos sonhos são a manisfestação dos nossos desejos mais profundos... sonhamos então porque precisamos acreditar que viveremos a plenitude dos nossos desejos e pensamentos.

Por toda a vida, desde pequenina, fui moleca e travessa, talvez por medo de enxergar a realidade que me esperava... Talvez por saber que a vida adulta não seria assim tão fácil... mas aprendi e continuo aprendendo a retirar de mim os espinhos da alma e a viver... tem dias que acordo observando as mariposas... tão cinzas quanto elas mas tem dias que sorrio de observar a leveza de uma borboleta ... tão colorida e frágil...

Vivo assim entre o cinza da mariposa e o colorido da borboleta... entre espinhos e mel... buscando de dentro... lá no fundo da alma a leveza e a alegria de ser feliz...