A vida continua.

Um dia, ainda quando criança,  sonhei que seria feliz até ficar velhinha e partir para minha nova existência.
Cresci acreditando que a vida tem pequenos momentos de grandeza e leves toques dessa tal felicidade que é tão complicada de alcançar.

Por que esticamos tanto nossas mãos quando na verdade ela está aqui do nosso lado?
Por que temos o prazer de dificultar nossa existência... Por quê?
Somos incapazes de observar o orvalho pela manhã fria...
Somos incapazes de observar a beleza de um pássaro alimentando seu filhote...

Mas somos capazes de observar o sapato e o colar da mulher que passa ao nosso lado, sem ao menos saber de onde veio e nem para onde vai...
Somos capazes de observar o mais azedo defeito do outro, mas não somos capazes de observar a nós mesmos...

Quero ser feliz!!! E depois de tanta sombra que a vida me impôs nos últimos dias, meses... recebi do céu um azul tão singelo, tão sereno e ainda penso se deixo entrar ou se deixo partir.
Se deixo entrar posso estragar tudo com minha fome de querer viver para mim e minhas meninas...
Se deixo partir posso estar jogando fora o que sempre busquei..

E ai estou eu, novamente sem saber o que fazer.
Na verdade queria que tudo estivesse como antes. Mas sem pressão, sem mágoas, sem lágrimas e sem desconfianças... acreditava na pureza e na verdade daquele amor.
Mas como a vida acabou de dar um empurrãozinho nesse inverno frio, vou levando como posso e consigo.

Então, que venham os sorrisos e os abraços apertados prometidos para me esquentar... mesmo que não tão de perto assim...

" Não posso escolher como me sinto, mas posso escolher o que fazer a respeito."

William Shakespeare